terça-feira, 2 de outubro de 2007

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Cândido Portinari


Biografia

Nasceu em 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café no interior do Estado de São Paulo, na cidade de Brodósqui. Foi como ajudante de um grupo de pintores e escultores italianos que restauravam uma igreja na região de Brodósqui, que Portinari descobriu sua veia artística. Em 1918, partiu para o Rio de Janeiro para estudar na escola Nacional de Belas Artes. Em 1928, conquista o prêmio de viagem ao estrangeiro, Portinari conhece vários países, na qual faz várias exposições que promovem inúmeros prêmios e elogios.

Dentre eles está a segunda menção honrosa na exposição internacional do Instituto Carnegie nos Estados Unidos pela tela Café e na galeria Charpentier, França, onde foi agraciado pelo governo francês e em Buenos Aires, no salão Peuser, onde recebeu também grandes homenagens por parte das autoridades, artistas e intelectuais do país.

Possui um acervo com cerca de 4700 trabalhos, incluindo painéis e murais. Alguns exemplos desses trabalhos estão em Belo Horizonte no conjunto arquitetônico da Pampulha, projeto realizado com Oscar Niemeyer, em Juiz de fora , São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York etc. fez parte do partido comunista e em conseqüência disso exilou-se no Uruguai onde pintou o painel A Primeira Missa no Brasil encomendado pelo Banco Boavista no Rio de Janeiro.

Portinari faleceu em 1962 por envenenamento crônico por causa das tintas a óleo que usava.

ESTILO

Não possui um estilo determinado, com suas viagens conheceu várias obras e incorporou elementos muralistas e do cubismo.

ANÁLISE DAS OBRAS

Observando as obras de Portinari, percebemos a utilização de cores primárias, tintas a óleo e carvão. Fez alguns auto-retratos e retratos de conhecidos como Olga Benário e Mário de Andrade. Retratou festas de casamento na roça, cangaceiros, boi bumba, frevo, samba, gaúchos, índios, retirantes, plantações e outros.

Obras

Painéis em Juiz de fora

cavalos

As quatro estações


Jorge Amado



Olga Benário




Café





D.Quixote




Lançando Boi




Casamento na Roça




Retirante Grávida




Rio de Janeiro




Nossa Senhora Aparecida




Gaúchos






Preto




Auto-Retrato




Henri de Toulouse Lautrec

Biografia:


No final do século XIX a França passava por grandes transformações, a revolução do século anterior ainda fazia sentir seus efeitos na estrutura político-social do país.Uma das Monarquias mais tradicionais da Europa tinha sido destituída para dar lugar a uma República, havia uma nova classe social no poder, a burguesia, até a própria cidade de paris passava por transformações em sua estrutura urbanística (foi nessa época que adquiriu as formas que hoje conhecemos). Mas uma coisa continuava igual, a miséria das camadas populares que habitavam os bairros de “má fama” e perambulavam pelo chamado submundo.

Todas essas mudanças político-sociais refletiram também nas artes, que tentam mais radicalmente se libertar dos cânones clássicos da arte figurativa, temos ai as bases do impressionismo.

Mas é em Paris, essa cidade em plena metamorfose (literalmente) que surge uma figura que vai sintetizar todo o ideal libertador do impressionismo, chegando até mesmo a se libertar desse, criando um estilo próprio e bastante peculiar de produção artística, se trata de Henri de Toulouse Lautrec.

Lautrec realiza um trabalho diferente tanto no tema principal de suas obras, o mundo dos cabarés e casas de espetáculos, até no uso de novas técnicas como a litografia, além de levar a arte a um novo campo, o da publicidade, em seu trabalho como cartazista.

È o trabalho inovador e peculiar que será mostrado a seguir, procurando ressaltar sua importância como marco de uma nova faceta da arte, não mais como mero objeto de contemplação, mas também como forma de expressão e linguagem.

La vie est un cabaret

Henri-Marie-Raymonde de Toulouse-Lautrec-Monfa nasceu em Albi, no sul da França, no ano de 1864. filho dos condes Adèle-Zoé Marquette Tapié de Céleyran e Alphonso-Charles Toulouse-Lautrec-Monfa, provenientes das mais notórias, antigas e aristocráticas famílias francesas

Após a morte de seu irmão mais novo Richard-Constantin, em 1868 seus pais se separam e Henri se muda para Paris com a mãe. Lá ele passa a freqüentar o prestigioso Liceu Fontanes, onde conhece aquele que seria seu amigo por toda a vida, Maurice Joyant, quem posteriormente seria também um dos mais entusiastas admiradores da obra de Lautrec pressionando-o a expor seu trabalho.Foi também lá onde Toulouse-Lautrec intensificou seu gosto pelo desenho.

Porém aos 13 anos de idade sofreu um acidente que marcaria sua vida, ao cair de um banco sofreu uma fratura no fêmur direito e menos de um ano depois quebrou o direito ao escorregar ás margens de um pequeno riacho, quando passeava pela propriedade de sua família. Esses acidentes, produto do que hoje se acredita ser uma distrofia poli-hipofisária, um desenvolvimento insuficiente de certos tecidos ósseos, deixaram grandes seqüelas na vida de Lautrec porque atrofiaram ambas as pernas e ele ficou com o aspecto nanico. Não chegou a ter mais que 1,52m de altura. Devido às dificuldades de locomoção passou a dedicar cada vez mais tempo à pintura.

Após terminar seus estudos em 1881enfrentou a oposição familiar e decidiu ser pintor. Tornou, pois a Paris onde graças a alguns conhecidos de seu pai (que atuava como escultor) consegue ser aceito como aprendiz do mestre Leon-Joseph-Florentin-Bonnat, que veemente defensor das normas acadêmicas, abominava os desenhos do aluno, chegando inclusive a declarar: “Sua pintura não é ruim, é elegante, mas seu desenho é atroz!”

Quando Bonnat fechou seu estúdio o jovem pintor aceitou um cavalete no ateliê de Fernand Cormon, em 1883. Lá convive com alguns pintores de sua idade que tentam desenvolver o legado impressionista, escola que admirava, apesar de preferir ter um estilo próprio. Também no estúdio de Comon conhece Van Gogh, de quem fica muito amigo(chega até a pintar um retrato do artista holandês, onde esse é mostrado de perfil, olhando para o além, sentado à mesa diante de um copo de absinto, é possível observar ali toda a angustia e melancolia do grande artista holandês)

Um ano depois abandona estúdio de Cormon e se instala na Rue Fontaine, no mesmo edifício onde trabalhava Degas, quem tem grande influencia em sua obra.

Nesses anos Lautrec passa a freqüentar os cabarés e casas de espetáculos de Paris, de onde sairia a inspiração para suas obras mais famosas. O bairro de Montmartre, a zona mais boemia de Paris, era cheio de operários, mulheres, vadios, uma sociedade trabalhadora, livre, que fascinada o jovem Henri. Assim seu trabalho imortalizou personagens como La Goulue, Valentin lê Desosse, Aristide Bruant, Jane Avril, Yvette Gilbert.

Seu primeiro cartaz encomendado em 1891 por Charles Zidler, proprietário do conhecido cabaré Moulin Rouge, o consagrou como um dos melhores cartazistas da França, assim Lautrec percebia esse nascente fenômeno urbano que é a publicidade, dando-lhe, no entanto dimensões artísticas ao experimentar ali novas técnicas gráficas como a litografia.

Além do Moulin Rouge, Lautrec frequentouo Jardin de Paris e o Divan Japonaise (para os quais tabém elaborou cartazes). Vale lembrar também do cantor de tendencias anarquistas Aristide Bruant para quem realizou alguns de seus mais célebres cartazes.

Mas a obra do artista não se limita aos espetáculos noturnos de "má fama" e os bordeis. Tém ilustrava programas de teatro (Théâtre Livre e Théâtre de L’Oeuvre) e canções (Maurice Donnay), colaborava com diversas revistas dentre elas Le Figaro Illustré e La Revue Blanche.

Porem a vida repleta de excessos debilita cada vez mais a já frágil saúde do pintor e é lentamente corroído pelo álcool e a sífilis. A família decide interná-lo em uma clinica de reabilitação em Neuilly, a fim de livrá-lo do vicio do álcool e com a esperança de que recupere sua saúde física e mental, onde (para provar sua consciência e ser libertado da internação) produz uma serie de desenhos tendo como tema o circo. Após escrever uma carta ao pai pedindo para sair da clinica Toulouse retoma seu trabalho e produz o maximo que lhe é possível. Tempo depois volta a morar com a mãe em Molromé, onde morre em conseqüência de um derrame em 9 de setembro de 1901.

Após sua morte a família faz de Maurice Joyant, fiel amigo de Lautrec, o herdeiro da obra do artista, graças a quem é inaugurado em 30 de junho de 1922 o Museu Toulouse Lautrec em Albi.

Sua obra

È difícil definir uma escola artística para classificar a obra de Toulouse Lautrec, é que apesar de grande admirador do impressionismo (Degas em particular tem grande influencia em sua obra) no que se refere às cores puras e ás composições febris, se distancia desse estilo por se interessar mais por interiores que por paisagens e por sua preferência pelo desenho e outras técnicas e materias mais simples.

Seu grande amor pelo desenho, e principalmente pelos trabalhos improvisados, o impulsionou a executar uma figuração rápida, dúctil, intensamente, significativa e comunicativa e com seu estilo pessoal caracterizado por linhas leves e onduladas, transgride freqüentemente as proporções anatômicas e as leis da perspectiva em favor da expressividade. “Toda sua obra é marcada por um traço incisivo e vivo, um predomínio da expressão forte sobre a correção acadêmica”.

Mesmo vindo de uma família aristocrática Lautrec é totalmente consciente da enorme hipocrisia do mundo em que vive e retrata isso em suas obras, ao retratar o chamado sub-mundo tenta mostrar as pessoas que dele fazem parte, prostitutas, cantoras, dançarinas, como seres humanos, de uma extrema profundidade emocional e complexidade psicológica, em contraste sempre com as cores vibrantes e traços jocosos.

As musas de Lautrec quase nunca são apresentadas em sua pintura como mulheres bonitas, ao contrario apresentam traços grosseiros quase caricaturais, como se usassem grotescas mascaras. Capta a atmofesra dos locais pelo uso de luz e cor, sugerindo a idéia de que se trata apenas de um teatro a grande encenação da vida.

A serie Elles é um exemplo disso, nos apresenta um panorama sensível da vida nos bordeis, mostrando as “mulheres desonestas” em situações do cotidiano, lavando-se, vestindo-se, diante do espelho, dormindo.

Para seus cartazes, pelos quais ficou bastante conhecido ainda em vida, Toulouse utilizava um mínimo de cores, quase sempre primarias, e traços, simplifica os contornos e utiliza grandes áreas monocromáticas, inspirado na idéia de movimento e economia de meios das estampas japonesas.

A partir de 1897, em seus últimos anos de vida, se observam grandes mudanças no estilo de Lautrec que retorna a produzir uma pintura mais empastada, mais escura e mais clássica.

Toulouse-Lautrec (Quadros)





















sábado, 29 de setembro de 2007

Georgia O'Keeffe

Biografia:


Georgia O'Keeffe nasceu em 15 de novembro de 1887, a segunda de sete filhos, e cresceu em uma fazenda em Sun Prairie, Wisconsin. Na infância estudou em casa, a suas habilidades foram rapidamente reconhecidas e encorajadas pelos professores que teve na época escolar. Quando terminou a escola, em 1905, O'Keeffe resolveu traçar seu caminho como artista.

O'Keeffe estudou no Art Institute of Chicago (1905–1906) e no Art Students League, Nova Iorque (1907–1908). Em 1908, ela venceu o prêmio League's William Merritt Chase por sua pintura a óleo sem título (Dead Rabbit com Copper Pot). Logo depois, entretanto, O'Keeffe parou de fazer arte, dizendo que nunca conseguiria alcançar distinção trabalhando nisto.



Seu interesse por arte foi renovado quatro anos depois quando fez um curso de verão para professores de arte na University of Virginia, Charlottesville, ministrado por Alon Bement do Teachers College, Columbia University. Bement apresentou a O'Keeffe as então revolucionárias idéias dos colegas no Teachers College, o artista e professor de artes Arthur Wesley Dow.

Dow acreditava que o objetivo da arte era a expressão das idéias e sentimentos pessoais do artista e que isso se mostrava bem através de arranjos harmoniosos de linha, cor e notan (o sistema Japonês de claro/escuro). As idéias de Dow deram a O'Keeffe uma alternativa ao realismo imitativo, e ela experimentou junto a eles por dois anos, enquanto ensinava artes em Amarillo, Texas, em escolas públicas ou trabalhando nos verões na Virginia como assistente de Bement.

O'Keeffe esteve em Nova Iorque novamente do outono de 1914 a Junho de 1915, dando aulas no Teachers College. No outono de 1915, quando ensinava artes na Columbia College, Carolina do Sul, ela decidiu colocar as teorias de Dow em teste. Em uma tentativa de descobrir uma linguagem pessoal através de que ela pudesse expressar seus próprios sentimentos e idéias, ela começou uma série de desenhos abstratos a carvão, que foram reconhecidos como os mais inovadores da arte americana da época. O’Keeffe enviou alguns dos desenhos a um colega de Columbia, que os mostrou para um fotógrafo internacionalmente conhecido e empresário de artes, Alfred Stieglitz,em 1º de janeiro de 1916.

Stieglitz começou a se corresponder com O'Keeffe, que tinha voltado para Nova Iorque naquela primavera para assistir aulas na Teachers College, e ele exibiu 10 de suas artes abstratas de carvão em Maio, em sua famosa galeria avant-garde, 291. Um ano depois, ele fechou as portas desse importante espaço de exibições, com exposição de apenas uma pessoa: o trabalho de O’Keeffe. Na primavera de 1981 ele ofereceu apoio financeiro a O’Keeffe, para pintar por um ano em Nova Iorque, que ela aceitou, mudando-se para lá do Texas, onde ela era afiliada com a West Texas State Normal College, em Canyon, desde o outono de 1916. Logo depois de sua chegada em Junho, O’Keeffe e Stieglitz, que se casaram em 1924, se apaixonaram e conseqüentemente, moraram e trabalharam juntos em Nova Iorque (inverno e primavera) e na casa da família de Stieglitz, em Lake George, Nova Iorque (verão e outono) até 1929, quando O’Keeffe passou o primeiro de muitos verões pintando em Novo México.

De 1923 até sua morte em 1946, Stieglitz trabalhou assídua e efetivamente para promover O’Keeffe e seu trabalho, organizando exibições anuais de sua arte em “The Anderson Galleries” (1923–1925), “The Intimate Gallery” (1925–1929) e “An American Place” (1929–1946). Em meados dos anos 20, O’Keeffe começou a pintar retratos em grande escala, de flores, como se fossem vistas mais de perto, que estão entre suas melhores pinturas conhecidas, ela tinha se tornado conhecida como uma das artistas mais importantes e bem sucedidas dos Estados Unidos.

Três anos após a morte de Stieglitz, O’Keeffee mudou de Nova Iorque para seu amado Novo México, onde as deslumbrantes vistas e paisagens tinham inspirado seu trabalho desde 1929. Ela morou em sua casa em Ghost Rach, a qual ela comprou em 1940, e na casa que comprou em Abiquiu em 1945. O’Keeffe continuou a trabalhar com óleo até o meio dos anos 70, quando problemas de vista a forçaram a abandonar a pintura. Embora ela tenha continuado a trabalhar com lápis e aquarela até 1982, ela também produziu objetos em argila até sua saúde falhar, em 1984. O’Keeffe morreu dois anos depois, aos 98 anos

Fotos

Alguns quadros (Georgia O'Keeffe)

http://www.artst.org/okeefe/